1980 - Clério José Borges foi fundador e Presidente do CLUBE DOS TROVADORES CAPIXABAS – CTC, entidade cultural sem fins lucrativos de divulgação da Poesia e da Trova. Fundado a 1º de julho de 1980, no Espírito Santo o CTC foi uma entidade cultural atuante, tendo realizado de 1981 ao ano 2000, um total de 20 Seminários Nacionais da Trova no Espírito Santo e, depois do ano 2000, um total de mais de 17 Congressos Brasileiros de Poetas Trovadores reunindo Trovadores do Brasil, Portugal e Argentina. A Diretoria do CTC já organizou e realizou Congressos de Trovadores em Salvador, São Paulo, Brasília e em Bonsucesso no Rio de Janeiro e, inclusive na Ilha de Paquetá. O Clube dos Trovadores Capixabas, CTC era uma entidade cultural sem fins lucrativos de divulgação da Trova e da Poesia em Geral. Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no sábado, dia 18 de novembro de 2017 o CTC foi extinto e passou a ter uma nova denominação. Passou a ser a ACLAPTCTC, Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores.
2017 - 18 de novembro.
Na data de sua fundação a ACLAPTCTC elegeu a sua Diretoria composta das
seguintes Personalidades Culturais: Presidente da Diretoria Executiva: Clério
José Borges de Sant Anna. Vice-Presidente da Diretoria Executiva: Kátia Maria
Bobbio Lima. Secretário Geral da Diretoria Executiva: João Roberto Vasco
Gonçalves. 1º Secretário da Diretoria Executiva: Soêmia Pimentel Cypreste.
Tesoureiro Geral da Diretoria Executiva: Clérigthom Thomes Borges. Conselho
Fiscal. Conselheiro Fiscal Titular Presidente:
Edilson Celestino Ferreira. Conselheiro Fiscal
Titular Vice-Presidente: Andréia da Silva Fraga; Conselheiro Fiscal Titular Secretário: Albércio Nunes Vieira
Machado. Conselheiro Fiscal Suplente: Emílio
Soares da Costa. Conforme o artigo 19 do Estatuto, o mandato da Diretoria
Executiva e do Conselho Fiscal é de cinco anos, de 18 de novembro de 2017 a 18
de Novembro de 2022, período em que atuarão administrativamente, sem Remuneração.
HISTÓRIA
DO ANTIGO CTC: O CTC foi fundado por Clério José Borges,
Trovador Capixaba, com base numa ideia do escritor Eno Theodoro Wanke, a 1º de
julho de 1980, na cidade de Vila Velha, estado do Espírito Santo. Para
comemorar o aniversário do CTC, foram organizados anualmente os SEMINÁRIOS
NACIONAIS DA TROVA.
O Movimento Trovista, que havia sido expressivo no
Espírito Santo de 1967 a 1970, voltou a ser reativado no Espírito Santo em
1980. O Movimento Trovista voltou a ser reativado no Espírito Santo em 1980.
Clério José Borges era estudante Universitário do Curso
de Pedagogia na Universidade Federal do Estado do Espírito Santo - UFES.
Coube-lhe fazer um trabalho sobre Trovadorismo Medieval. O Trabalho era em
grupo, como tema, "A Educação Secular na Idade Média", para a
disciplina História da Educação I, tendo como Professora Regina da Silva
Simões, Turma 01. Foi apresentado em Sala de Aula no dia 21 de maio de 1980 e
participaram da equipe, os Universitários, Ana Maria Rocha, Cleuza Arlém, Clério
José Borges de Sant Anna, Elisa Oliveira, Hilda Chagas, Jurandi Francisco de
Souza, Maria Tereza Bragatto e Solange Maria Ribeiro.
Hilda falou sobre A Educação na Idade Média; Ana sobre A
Nobreza e a Educação dos Cavaleiros, Clério, Os Trovadores e os Jogos Florais;
Jurandir abordou o tema, Ressonância da Cavalaria; Cleuza falou sobre as
Classes Trabalhadoras e o Nascimento das Escolas Municipais; Solange abordou o
tema, Contraste com a Educação Rural e Elisa abordou o tema, As Classes
Trabalhadoras e a Educação Gremial na Idade Média.
Para fazer seu trabalho e desenvolver o tema que lhe foi
proposto sobre os Trovadores e os Jogos Florais, Clério recorreu a Biblioteca
da Universidade do Espírito Santo e topou, por acaso, com o livro "O
Trovismo". Resolveu consultá-lo e observando que Eno Teodoro Wanke havia
omitido as promoções da UBT de Vitória e Vila Velha, inclusive o Concurso de
Trovas tema Pelé, realizados na década de 70, quando inclusive Clério foi
Presidente da UBT de Vitória e Vila Velha, escreveu para o autor do livro
ocasião em que lhe pergunta como fazer para renovar o Trovismo localmente.
Wanke desculpou-se da omissão, pois, em suas pesquisas, não tinha podido contar
com os dados finais da UBT do Rio de Janeiro, já que a UBT o considerava, por
motivos de ter se desentendido com Luiz Otávio, como persona non grata.
No entanto, é preciso reconhecer que é a obra de Eno
Teodoro Wanke -- e só ela, já que até o momento ainda não apareceu nada tão
profundo e detalhado como ela sobre o Trovismo -- que preservará para o futuro
toda a história do trabalho de Luiz Otávio. Paulo Rónai chamou Wanke o
“historiador e o teórico” do movimento. São coisas da literatura pátria...
Quanto à indagação de Clério, e tendo em mente o então Clube dos Trovadores do
Vale do Paraíba, sob a presidência de Francisco Fortes, respondeu: “Funde um
Clube!”.
Foi o que Clério fez, fundando a 1º de julho de 1980 o
Clube dos Trovadores Capixabas (CTC). Para fundar a entidade, Clério não se fez
de rogado. Convidou dois primos que apreciam poesias e entre um bate-papo e
outro, fundou o CTC, organizando na hora um Estatuto e formando uma Diretoria.
Clério Presidente; Luiz Carlos Braga Ribeiro como Secretário e José Borges
Ribeiro Filho como Tesoureiro.
De imediato Clério teve a feliz iniciativa de lançar um
Concurso a nível Nacional lançando o Concurso com os temas, Vitória, Anchieta e
Capixaba. O Concurso foi então divulgado em vários Jornais do Brasil e diversos
Trovadores do Espírito Santo e do Brasil foram participando do Concurso e, se filiando
ao Clube. Segundo Eno Teodoro Wanke em publicação sobre a fundação do CTC,
parece, contudo, que o grande segredo do sucesso do CTC foi a constância.
Clério mantinha uma constância, remetendo regulamento do Concurso para todos os
endereços de Trovadores aos quais tinha acesso. Mandando Cartas e espalhando o
nome do CTC no Brasil e Exterior.
Com a divulgação na Imprensa Nacional do Concurso temas
Vitória, Anchieta e Capixaba, Trovadores do Espírito Santo e do Brasil foram se
filiando ao Clube. Logo uma nova Diretoria foi formada criando-se e
preenchendo-se novos cargos.
Logo foi criado um Jornal Mimeografado denominado Beija
Flor, divulgando Trovas e Trovadores do Espírito Santo e do Brasil. São feitos
inicialmente trezentos exemplares, remetidos pelo Correios para trovadores,
cujos endereços eram fornecidos por Eno Teodoro Wanke e recolhidos por Clério,
de livros, principalmente os livros de Antologia feitos por Aparício Fernandes
de Oliveira que sempre traziam uma bibliografia dos Trovadores, com endereço no
final.
O imediato lançamento de um Concurso de Trovas a nível
Nacional com os Temas Vitória, Anchieta, Capixaba, parece também ter sido a
razão maior da divulgação e do sucesso do Clube dos Trovadores Capixabas.
Segundo o Jornal “O Nacional”, de Passo Fundo - RS, de 30 de julho de 1980:
“O Concurso receberá Trovas até 15 de setembro de 1980 e
o primeiro colocado receberá uma Rosa de Prata. ”
Outros
Jornais no Brasil e Exterior divulgam o Concurso e o CTC e o resultado passa a
ser o recebimento de inúmeras Trovas, mais de mil, e de autoria de centenas de
Trovadores e várias cartas de Trovadores Brasileiros associando-se ao CTC.
PRIMEIRO
CONCURSO DE TROVAS
O primeiro Concurso de Trovas do CTC teve o seguinte
resultado.
TEMA VITÓRIA: 1º Lugar: Carolina Ramos, Santos, SP.
Sempre amiga e hospitaleira. / Se quem vem não quer deixar-te / Vitória tu vais
inteira / No coração de quem parte.
2º Lugar: Aristheu Bulhões, Santos, SP. Pelo mar, sempre
beijada, / Vitória, bela e feliz, / É linda jóia engastada / No mapa deste
país.
3º Lugar: José Valeriano Rodrigues, Belo Horizonte, MG.
Quando Vitória está calma, / É a noite é plena de lua, / A gente sente sua alma
/ Na alma da gente da rua.
TEMA ANCHIETA: 1º Lugar: Rangel Coelho, Rio de Janeiro. Anchieta, pelo que diz / Seu evangelho
de luz, / Foi o Francisco de Assis / Das Terras de Santa Cruz.
2º Lugar: Aloísio Bezerra, Ceará. / Lá no céu muito
chorou / Anchieta, e tem chorado, / Que o índio, a quem tanto amou, / No
Brasil, só tem penado.
3º Lugar: Vicente Nolasco Costa, Vila Velha, ES. Vitória,
dos meus encantos, / Coração do meu planeta, / Venero, dentre teus santos, / O
grande santo Anchieta.
TEMA: CAPIXABA: 1º Lugar: Zé de Ávila, Barretos, São
Paulo. Na casa de um Capixaba / Se a gente chega com pressa, / A pressa logo se
acaba / Quando a conversa começa.
2º Lugar: João Figueiredo, Rio de Janeiro. Festa no
Espírito Santo... / Quem for mineiro não vai... / - Você aí nesse canto... / -
Eu sou Capixaba... uai.
3º Lugar: Izo Goldman, São Paulo. O Capixaba garante /
Que sua terra é um encanto: / - “Espírito tem bastante... / O que falta mesmo
é... Santo...”
Após o Concurso, Clério recebe várias cartas de
Trovadores Brasileiros associando-se ao CTC, tanto que em 1981, um ano após a
sua fundação o CTC já possuía mais de 500 sócios no Espírito Santo e no Brasil.
Entrevistas são concedidas para diversas emissoras de rádio e Televisão e o CTC
amplia seus horizontes com mais adeptos e admiradores.
1980 –
DIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
O primeiro evento cultural e público do Clube dos
Trovadores Capixabas foi realizado no dia 4 de outubro de 1980, um sábado, ou
seja, três meses depois de fundado, o CTC, Clube dos Trovadores Capixabas, em
comemoração ao Dia do Padroeiro dos Trovadores, São Francisco de Assis,
realizava a sua primeira Reunião Pública, no Teatro Carlos Gomes, na Praça
Costa Pereira, em Vitória, ES, com a presença do Presidente da Fundação
Cultural (órgão máximo da Cultura na Administração Estadual da época),
Professor Renato José Costa Pacheco.
A Solenidade foi realizada para comemorar São Francisco
de Assis e proceder a entrega de prêmios aos vencedores do Primeiro Concurso de
Trovas com os temas, Capixaba, Anchieta e Vitória. A solenidade foi no Centro
da Cidade de Vitória em um dos lugares mais tradicionais, o Teatro Carlos
Gomes, na Praça Costa Pereira, estando presente entre os classificados o
Trovador Aristheu Bulhões, da cidade de Santos no Estado de São Paulo. Além do
Trovador Aristheu Bulhões também foram registradas as presenças do Trovador
Elmo Elton, Nelson Abel de Almeida, Renato José Costa Pacheco, Adelpho Poli
Monjardim e o Promotor e Trovador Vicente Nolasco Costa.
Na ocasião o CTC entregou diplomas aos sócios fundadores
e sócios de honra presentes, sendo homenageados: Professor Guilherme Santos
Neves, Renato Pacheco, Elmo Elton e Eno Teodoro Wanke, conforme notícia
publicada no Jornal A Gazeta, caderno Dois, de 04 de outubro de 1980, página 3.
No mesmo evento também foram homenageados Elmo Elton e Beatriz Abaurre, eleitos
respectivamente Rei e Rainha dos Trovadores Capixabas. Como o evento foi no
Centro de Vitória, ES, o Escritor Eno Teodoro Wanke foi o único dos
homenageados que faltou ao evento, por residir no Estado do Rio de Janeiro. A
mesa que presidiu a solenidade: Nelson Abel de Almeida; Guilherme Santos Neves;
Elmo Elton; Renato José Costa Pacheco e Clério José Borges.
Da cidade de Santos, São Paulo compareceu o Trovador
Aristheu Bulhões, classificado em 2º Lugar com uma Trova sobre Vitória. Estava
acompanhado de sua esposa Valquíria. Aristheu recebeu o seu Troféu das mãos do
então Presidente da Fundação Cultural do Espírito Santo, Prof. Renato José
Costa Pacheco. Nascido a 8 de junho de 1909, em Maceió, Alagoas, o Trovador
Aristheu foi conferente da Alfândega de Santos e membro da Academia Santista de
Letras, da qual foi presidente por duas vezes. Também foi membro da Associação
Brasileira de Imprensa; da Academia Guimarães Passos, de Maceió, e sócio
correspondente da Academia Alagoana de Letras. Poeta e escritor. Fez numerosas
palestras literárias no Instituto Histórico e Geográfico de Santos e no
Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente. Foi Sócio Correspondente do
Clube dos Trovadores Capixabas, CTC. Já falecido.
São Francisco de Assis já era patrono dos Trovadores
filiados a União Brasileira de Trovadores, UBT, desde a fundação da entidade em
1966. Na Juventude, Francisco fazia Poesias e se dizia um Trovador (Poeta). Em
1º de Julho de 1980, quando o CTC, Clube dos Trovadores Capixabas foi fundado,
São Francisco de Assis passou também a ser Patrono dos Trovadores do CTC.
"Trovador", na época de Francisco, significava
o mesmo que "poeta" em sentido amplo, conforme publicação da Revista
Vozes divulgada pelo escritor Eno Teodoro Wanke, em carta circular da COF -
Comissão de Organização da FEBET - Federação Brasileira de Entidades Trovistas,
datada do Rio de Janeiro de 23 de setembro de 1982.
São Francisco faleceu a 3 de outubro de 1226, sendo
enterrado no domingo, dia 4, o qual é considerado pela Igreja Católica, o dia
de São Francisco.
DIA
ESTADUAL DO POETA TROVADOR E DIA MUNICIPAL DA TROVA
O CTC considera o dia 4 de outubro como o dia da Trova.
Em Vitória, Capital do Estado do Espírito Santo e no município da Serra, o Dia
4 de Outubro é, por Lei aprovada pela Câmara Municipal de Vereadores, o Dia
Municipal da Trova. Em Vitória a Lei foi uma iniciativa da Vereador Etta de
Assis e na Serra foi uma iniciativa do então Vereador João de Deus Corrêa, o
Tio João. A UBT (União Brasileira de Trovadores), considera o dia de nascimento
do Trovador Luiz Otávio, (Gilson de Castro), 18 de julho, como o Dia do
Trovador.
A data de fundação do CTC a 1º de julho é o Dia do Poeta
Trovador no Município de Vila Velha, Lei N.º 5732 de 11 de abril de 2016, de
autoria do Vereador Joel Rangel. Art. 1º Fica instituído no âmbito do Município
de Vila Velha o “DIA DO POETA TROVADOR”, a ser comemorado anualmente no dia 01
de julho. Art. 2º O Dia do Poeta Trovador será comemorado com a realização de
atividades dirigidas por membros do Clube dos Trovadores Capixabas que
demonstrem a importância da cultura na construção da sociedade.
No Espírito Santo através de Lei Estadual de autoria do
então Deputado Arabelo do Rosário, o Dia Estadual do Poeta Trovador é
comemorado 8 de Junho de cada ano pela Resolução N.º 1.655, de 07 de junho de
1993: Art. 1º A Assembleia Legislativa dedicará o período do Grande Expediente
da Sessão Ordinária do dia 08 de junho de cada ano, à comemoração do “Dia
Estadual do Poeta Trovador”. Parágrafo Único. A comemoração a que se refere
este artigo realizar-se-á no primeiro dia útil subsequente ao dia 8 de junho,
quando a data recair em sábado, domingo ou feriado. A data é uma homenagem a
São José de Anchieta, considerado o primeiro Poeta Trovador do Brasil e, em
terras Capixabas. No dia seguinte, em 9 de junho é celebrada a morte do jesuíta
que se tornou mártir e santo pela Igreja Católica.
CONCURSO
INTERNOS DO CTC
1980 - Uma outra característica marcante do Clube dos
Trovadores Capixabas no ano de sua fundação, foi a realização quase que
permanente de concursos internos de trovas. Estes se elevaram a dois no
primeiro ano de existência do CTC. O primeiro desses concursos foi realizado em
novembro de 1980, obedecendo ao tema GASOLINA, para trovas humorísticas. Foram
recebidas 54 trovas e o resultado oficial foi este: 1º lugar - BEATRIZ ABAURE:
Num posto de álcool na esquina, / diz um bêbado que passa: / - Isto que é gasolina!
/ - Tem cheiro até de cachaça. - 2º Lugar - VICENTE NOLASCO COSTA: Sobe o gás e
sobe o óleo, / gasolina é todo dia. / Quanto mais sobe o petróleo / mais
aumenta a mordomia. - 3º Lugar - JOÃO FIGUEIREDO: O preço da gasolina / Vai
subir mais (e não bufe!) / até que jorre da mina / o petróleo do Maluf... - 4º
lugar - ALYDIO C. DA SILVA: Na crise da gasolina, / tive um lampejo de estalo:
/ Deixo o carro na oficina / e vou andar a cavalo. - 5º Lugar - VICENTE NOLASCO
COSTA: Vou vender tudo que pego. / Vou trocar rádio e buzina, / ou botar tudo
no prego / ou ficar sem gasolina. - Receberam menções honrosas as seguintes
trovas: MENÇÃO HONROSA – Valsema Rodrigues da Costa: Vamos cavar gente fina, /
tentar óleo encontrar. / Pois carro sem gasolina, / "alcoólatra”... vai
ficar. MENÇÃO HONROSA – Vicente Nolasco Costa: Hoje dei em pagamento / um
tanque de gasolina / por um lindo apartamento / com garage e com piscina. –
MENÇÃO HONROSA – Zedânove Tavares Sucupira: Derivado do petróleo / que o
capixaba assim glosa: / - Sendo "óleo", contém álcool, / sendo
líquida é "gasosa".
Este concurso contou com o valioso apoio do CORREIO
POPULAR, de Cariacica, onde na época era editada uma coluna dedicada à trova,
sob responsabilidade de Clério José Borges.
O II Concurso Interno do CTC teve NATAL como terna, e foi
realizado em dezembro de 1980. O vencedor desse concurso foi o Trovador João
Figueiredo, residente no Rio de Janeiro e pai da Trovadora Beatriz Abaurre, com
esta trova: Nascer, morrer! Coisas certas. / Que no Natal vêm à luz: / Os Magos
levando ofertas / E Cristo levando a Cruz.
1981 –
CONCURSOS INTERNOS DO CTC.
O ano de 1981 começa com a realização dos Concursos
Internos do CTC. O III Concurso Interno do CTC, realizado entre janeiro e
fevereiro do 1981, teve dois temas: COLOMBINA, somente para os sócios
fundadores da entidade, e CARNAVAL, para os sócios correspondentes, isto é, nem
capixabas de nascimento ou residentes no Espírito Santo, mas “correspondentes’
da entidade noutros Estados. Venceram-no, com as respectivas trovas, os
seguintes trovadores - Tema COLOMBINA: 1º lugar - MILSON ABREU HENRIQUES: Fui
Pierrot num Carnaval / num outro fui Arlequim. / Mas Colombina afinal / fez um
palhaço de mim. 2° lugar - J. CABRAL SOBRINHO: "A Colombina fatal", /
(ouvi dizer num forró), / foi gíria de Carnaval / do tempo de minha avó. 3º
lugar - ARGEMIRO SEIXAS SANTOS: O Carnaval de hoje em dia, / em verdade,
desatina. / É carnaval sem poesia, / sem PI-ERROT, sem COLOMBINA.
Com o tema CARNAVAL, o vencedor foi o trovador cearense
ALOÍSIO BEZER-RA. Eis a trova: Pela imensa Carestia, / Tolhendo a paz nacional,
/ Seria bom, Oh! Seria... / Não houvesse carnaval! - Aloísio classificou-se
ainda em terceiro lugar, Carlos de Alencar em segundo e quinto e Carlos Ribeiro
Rocha, em quarto. Já o IV Concurso Interno, realizado entre fevereiro e março
de 1981, com tema único PÁS-COA, teve como três primeiros colocados, com as
seguintes trovas, os trovadores abaixo: 1º lugar - FERNANDO ANTONIO LIMA
CASTOR: A Bíblia, sagrado arquivo, / mostra a PÁSCOA aos fariseus... / JESUS
CRISTO redivivo, / voltando aos braços de DEUS. 2º lugar - ARGENTINA LOPES
TRISTÃO: Páscoa da Ressurreição, / do sacrifício, da dor. / Ficou-nos grande
lição: / - A glória eterna do amor. 3º lugar - AR-GEMIRO SEIXAS SANTOS: Depois
da morte, Jesus / surge para a redenção. / É PÁSCOA feita de luz / iluminando o
cristão.
Finalmente, o V Concurso Interno do CTG respeitou o tema
"Cinco de maio - Dia das Comunicações e do Expedicionário". As trovas
concorrentes, julgadas por uma comissão de donas de casa, somaram 46.
Venceram-no as seguintes trovas: 1º lugar - CARLOS RIBEIRO ROCHA: Contra o
poder arbitrário / foi lutar sem covardia, / o nosso Expedicionário... / -
Cinco de maio é seu dia! 2º lugar - ÁBNER DE FREITAS COUTINHO: Quem se isola,
se angustia / abra a mente, meu irmão, / Cinco de Maio é o dia / de ter
comunicação... 3º lugar - ARGEMIRO SEIXAS SANTOS: Cinco de Maio me apraz / por
seu festejo correto, / a comunicação faz, / do mundo menor, mais perto.
Dentre as atividades do CTC no campo dos concursos de
trovas merecem destaque aquelas que se relacionam à preocupação do Clube em
divulgar a trova e sua prática junto às crianças. Aqui temos que salientar a
colaboração de Milson Henriques, apresentador do programa infantil “A GAZETINHA”,
da TV GAZETA, de Vitória. Milson, que era trovador, tinha sido o promotor maior
desses concursos, entre crianças de até 15 anos, o primeiro dos quais foi
realizado em janeiro de 1981, com ótima participação, obedecendo ao tema
FÉRIAS. Eis os cinco primeiros colocados: 1º lugar - RONALD HELMUT CEKAL:
Sempre que chegam as férias, / saio, correndo, a brincar, / alegremente,
sorrindo, / como um pássaro a voar. 2º lugar - MÁRCIA HILDILENE MATHEILO: Fazer
trovas sobre férias? / Que ideia mais maluca. / Nas férias quero passear, /
Brincar, descansar a cuca. 3º lugar - TATIANA BAHI-ENSE FREITAS: Ah! Se me
fosse possível / alguém estudar por mim. / Eu teria sempre férias, / seriam
férias sem fim...
Para esse I Concurso de Trovas do programa infantil “A
GAZETINHA”, foram enviadas mais de duzentas trovas. O II Concurso, sob o tema
PROFESSORA, teve urna concorrência significativa e, nos primeiros lugares, esta
classificação: 1º lugar - ELIVANI TEIXEIRA (9 anos) - Eu disse pra professora /
que estava um pouco cansada. / Como eu sou peixinho dela / a matéria não foi
dada. 2º lugar - GERUZA APARECIDA FERECHI (14 anos): Minha vida de criança /
esta escola iluminou / com as letras do alfabeto / que a professora ensinou.
3º lugar - SAYONARA FREITAS CAMPOS (14 anos): Eu quero
ser professora, / passe o tempo que passar. / Tudo aquilo que aprendi / vou com
carinho ensinar.
Em 1981, um ano após a sua fundação o CTC já possuía mais
de 500 sócios no Espírito Santo e no Brasil.
Em “A Gazeta”, de Vitória, de 13 de julho de 1981 consta
que: “Não se pode negar que há uma grande receptividade popular em torno da
Trova. Pelo menos, poucos são os Concursos no Espírito Santo que conseguem ter
mais de 500 concorrentes. E um Concurso de Trovas chegou a ter mil. Foi no ano
passado quando se propuseram três temas: Vitória, Anchieta e Capixaba. (...)
Trovadores de todo o Brasil se reuniu no Concurso e depois diversos outros
Concursos foram feitos.”
SEMINÁRIOS
E CONGRESSOS DE POETAS TROVADORES
Em 1981 Clério teve a ideia de comemorar o aniversário do CTC, anualmente com um Seminário da Trova, sendo realizados 20 Seminários até o ano Dois Mil quando os Seminários passaram a ser os Congressos Brasileiros de Poetas Trovadores. Para o primeiro aniversário do CTC, a 1º de julho de 1981 foram convidados diversos Trovadores do Brasil inteiro, inclusive J. G. de Araújo Jorge, então Deputado Federal em Brasília, que não pode comparecer, pois não gostava de viajar de avião.
Compareceram de fora uma Delegação de Campos (Walter
Siqueira, Alves Rangel e Constantino Gonçalves), J. Silva (da UBT Nacional), Rodolfo Coelho
Cavalcante, de Salvador e Eno Teodoro Wanke, que compareceu com a esposa Sra.
Irma, à sessão de encerramento. Na ocasião, Wanke fez uma palestra onde, em
certa frase, dizia estar a UBT "encastelada em sua Torre de Marfim".
O Sr. J. Silva reclamou e a discussão se acirrou, com intervenções de Andrade Sucupira
e outros. O Seminário teve grande repercussão. Rodolfo e o casal Wanke ficaram
hospedados em casa da Trovadora Argentina Lopes Tristão e Eno aproveitou para
gravar informações destinadas a completar a biografia de Rodolfo, que
posteriormente lançaria num livro denominado “Vida e Luta do Trovador Rodolfo
Coelho Cavalcante.”
Rodolfo decidiu fundar o Clube Baiano de Trova, tão logo chegasse a Salvador, o que efetivamente fez. No ano seguinte, o CTC promoveu o Segundo Seminário e o comparecimento foi mais significativo ainda, com as seguintes Delegações: Recife: Valdeci Camelo, Presidente da UBT de Recife, Diva Veloso e J. Cabral Sobrinho, de Olinda. Salvador: Rodolfo Coelho Cavalcante e dois cordelistas; Niterói: o casal Torquata e Américo Lopes Fontoura, da UBT e da Academia Brasileira de Trova e Jandyra Mascarenhas, (da UBT do Rio). Rio de Janeiro: Eno Teodoro Wanke e esposa Irma. (Eno Teodoro Wanke jamais faltou a nenhum dos Seminários do CTC até o ano 1999.) Ponta Grossa: Amália Max, Presidente da UBT local. Argentina: Jorge Piñero Marques
Os Seminários do Espírito Santo (sempre organizados por
Clério José Borges), provocam no Movimento Trovista Nacional uma efervescência
de tal ordem que no Terceiro, foi fundada a 2 de julho de 1983, uma Federação Brasileira
de Entidades Trovistas, a FEBET presidida por Eno Teodoro Wanke.
No Quarto Seminário, Eno Teodoro Wanke propôs que esta
nova fase do Movimento, iniciado com a fundação do CTC em 1º de julho de 1980,
passasse a ser denominado de "Neotrovismo". Ou seja, era o mesmo
Trovismo renovado por uma nova geração de Trovadores. Os Seminários passaram a
ser realizados anualmente, sempre em comemoração ao Aniversário do CTC, na
primeira Semana de Julho. Até o Décimo foi realizado em Vitória, Vila Velha,
Cariacica e Serra, na Grande Vitória. O Décimo Seminário foi realizado dentro
do Palácio do Governo do Estado do Espírito Santo, o Palácio Anchieta, em
Vitória, cedido pelo Governador Max Freitas Mauro, que estivera presente em
1981, no primeiro Aniversário do CTC comemorado em Vila Velha.
A partir do Décimo, os Seminários passaram a serem
realizados nas cidades do interior do Estado do Espírito Santo. O Décimo
Primeiro foi realizado na cidade de Ibiraçu. O Décimo Segundo em Afonso
Cláudio. O Décimo Terceiro em Guarapari. O Décimo Quarto Seminário foi
realizado em Linhares. O Décimo Quinto em Domingos Martins. O Décimo Sexto em
Jacaraípe, Serra. O Décimo Sete em Conceição da Barra. O Décimo Oitavo em
Linhares. O 19º em Anchieta e o 20º, novamente em Domingos Martins, ocasião em
que os Seminários passaram a denominação de Congressos Brasileiros de Poetas
Trovadores realizados em várias cidades e sem uma regularidade definida.
Um total de 18 Congressos Brasileiros de Poetas
Trovadores já foram realizados reunindo Trovadores do Brasil, Portugal e
Argentina. A Diretoria do CTC já organizou e realizou Congressos de Trovadores
em Salvador, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Clério José Borges além de já
ter concedido entrevistas em programas de televisão no Rio de Janeiro e São
Paulo (Programa SEM CENSURA, no Rio de Janeiro e na TV Bandeirante em São
Paulo), já proferiu PALESTRAS sobre A TROVA e o NEOTROVISMO em Congressos e
Encontros de Escritores e Poetas realizados em várias partes do Brasil,
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no sábado,
dia 18 de novembro de 2017 o CTC passou a ter uma nova denominação. O CTC foi
extinto surgindo então a ACLAPTCTC, Academia Capixaba de Letras e Artes de
Poetas Trovadores.
Em 2016 o Congresso foi em Guarapari. Em 2017 em Castelo.
Em 2018 em julho foi na Cidade de Iúna e novembro, na cidade de Santa Teresa.
Em 2019 em julho o Congresso foi na Cidade de Anchieta e em novembro novamente
na Cidade de Iúna. Em 2020 nenhum evento foi realizado por causa da Pandemia do
vírus Chinês da Covid 19 e, em 2021, o XVIII Congresso foi programado para
julho no balneário de Jacaraípe, Serra, ES e, em novembro na cidade de Colatina,
no norte do Espírito Santo.
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